O Fórum partilha dos princípios e pautas da luta pela reforma urbana: gestão democrática das cidades; função social da propriedade e da cidade; direito à cidade para todos e todas, moradia digna, com distribuição das riquezas socialmente produzidas.

Defendemos a cidadania, a participação social em todos os momentos e o fortalecimento da organização autônoma dos movimentos de moradia e a produção autogestionária de habitação de interesse social.

Tendo como suporte esses princípios, reafirmamos a importância do trabalho social como componente fundamental da política habitacional, para todas as faixas de renda cuja definição, direção e coordenação, em se tratando de politicas operacionalizadas com recursos públicos, deve reforçar o papel e a autonomia dos municípios, seja na composição do escopo do trabalho, seja na definição da demanda, da metodologia, do instrumental e das técnicas a serem utilizadas, de acordo com a realidade local.

Em termos locais, ainda, reforçamos a importância da construção de um leque de alternativas de programas habitacionais e dentro deles a construção de um trabalho social que respeite a especificidade das demandas de cada programa, reforce a participação social na tomada de decisão e no controle da destinação dos recursos públicos entre os programas e possa viabilizar o acesso amplo da população às informações sobre projetos, obras, remoções e alternativas habitacionais provisórias e definitivas.

Reafirmamos ainda que o trabalho social em habitação de interesse social deve ser entendido como processo e, como tal, possui elementos passíveis de mensuração (produtos especificamente desenvolvidos – atividades) e outros que apresentam particularidades de acordo com a realidade local e  perfil do grupo de população, que nem sempre podem ser padronizados em normatizações.  Portanto, ao se restringir o trabalho social apenas aos produtos mensuráveis, há uma tendência em modelizar e, portanto, empobrecer as suas possibilidades de ação.